Escrever sempre foi meu modo de colocar tudo pra fora, me expressar, extravasar.
Agora não sobre problemas comigo mesma - ou talvez sim, de certa forma.
O amor, a paixão são coisas boas né?
Mas dependendo do contexto, pode ser ruim - ao que parece.
Me sinto presa, em mim mesma, com isso que não posso expressar, não sai, não sei o que fazer.
Me sinto injustiçada também, por que é ruim se apaixonar por alguém?
Entendo tudo que envolve, no meu caso, todos os erros que cometi e que me trouxeram aqui.
Mas isso não faz com que me sinta menos pior ou conformada.
Parece que vivo uma vida exterior e outra, que só eu vejo, interior.
Nos acostumamos a vestir máscaras para poder seguir, conviver em sociedade.
Mas uma coisa é ter que disfarçar sensações e pensamentos ruins.
Coisas boas deveriam poder ser expressas sem pesar, sem culpa.
Não sei o que vai ser disso tudo, de mim e minhas certezas que não servem de nada.
Dependo de pessoas e suas incertezas pra quem sabe ter chance de viver o que desejo.
É ruim, pesa, dói; não deveria ser assim.
Crio fantasias pra poder seguir, lembrando, sonhando, imaginando momentos bons - que talvez nunca ocorram.
É triste pensar que algo que poderia ser tão bonito simplesmente pode morrer sem ser vivenciado.
Queria que houvesse um jeito de ser diferente, de que meus sentimentos não fizessem mal a quem gosto.
É difícil tudo isso, ser responsável por tanta coisa, pessoas.
Me vejo no meio de um quarteto - que não é um quarteto, não quer ser.
É como se tivesse a vida a dois, a real, e a outra (ou outras), com um, com outro, com ambos.
Cada uma tem suas peculiaridades e todas me fazem bem de alguma forma (e mal também...).
Não acho justo ter que escolher entre o que é conhecido e bom e o que é novo e interessante.
Sei que não dá pra comparar, o que pesa mais, vale mais, mas isso não me faz sentir menos falta do resto.
Falta do que nem se teve, que coisa estranha... Tive só o gostinho, de quero mais.
Acho que vou enlouquecer em algum momento, fazer alguma merda, jogar tudo pro alto, seja o que for o tudo.
Por hora alimento esperanças e fico com minha imaginação, sempre fértil, que me ajuda a estar um pouco mais perto do que me chama.
Às vezes parece que só eu sinto isso, outras não, é confuso.
Mas tenho que responder por mim né, cada um sabe do que deseja (ou deveria).
Não lembrava como era bom sentir isso e não sabia o quanto era ruim ter que guardar... (na verdade sabia, mas crushs de adolescência, que mudavam a cada mês, não contam)
Agora tudo é real, o bom e o ruim, o alegre e o triste, o que tenho e o que gostaria.
Isso torna tudo pior, saber que posso ter que abrir mão de algo que poderia ser importante, até pro meu autoconhecimento.
Não quero passar a vida pensando como seria, do que eu gosto, quem realmente me interessa.
Não sei como, mas de alguma forma isso tem que ser trazido do mundo dos sonhos pro real.
Mesmo que a realidade não seja tão boa quanto a fantasia, preciso viver pra saber, pra me entender.
Não quero ser incompleta, confusa, preciso das minhas certezas pra ir atrás do que me atrai.
Compartilhar momentos e afetos, na teoria parece tão legal, pena que na vida adulta nada é tão simples...
Pessoas e seus sentimentos, traumas, medos, culpas, muita coisa junto.
Espero que a parte boa prevaleça enfim, pra que todes possam experienciar algo e descobrir seu pote de ouro... (ou não)