quinta-feira, 16 de julho de 2020

King and lionheart

Escrever sempre foi meu modo de colocar tudo pra fora, me expressar, extravasar.
Agora não sobre problemas comigo mesma - ou talvez sim, de certa forma.
O amor, a paixão são coisas boas né?
Mas dependendo do contexto, pode ser ruim - ao que parece.

Me sinto presa, em mim mesma, com isso que não posso expressar, não sai, não sei o que fazer.
Me sinto injustiçada também, por que é ruim se apaixonar por alguém?
Entendo tudo que envolve, no meu caso, todos os erros que cometi e que me trouxeram aqui.
Mas isso não faz com que me sinta menos pior ou conformada.

Parece que vivo uma vida exterior e outra, que só eu vejo, interior.
Nos acostumamos a vestir máscaras para poder seguir, conviver em sociedade.
Mas uma coisa é ter que disfarçar sensações e pensamentos ruins.
Coisas boas deveriam poder ser expressas sem pesar, sem culpa.

Não sei o que vai ser disso tudo, de mim e minhas certezas que não servem de nada.
Dependo de pessoas e suas incertezas pra quem sabe ter chance de viver o que desejo.
É ruim, pesa, dói; não deveria ser assim.

Crio fantasias pra poder seguir, lembrando, sonhando, imaginando momentos bons - que talvez nunca ocorram.
É triste pensar que algo que poderia ser tão bonito simplesmente pode morrer sem ser vivenciado.
Queria que houvesse um jeito de ser diferente, de que meus sentimentos não fizessem mal a quem gosto.

É difícil tudo isso, ser responsável por tanta coisa, pessoas.
Me vejo no meio de um quarteto - que não é um quarteto, não quer ser.
É como se tivesse a vida a dois, a real, e a outra (ou outras), com um, com outro, com ambos.
Cada uma tem suas peculiaridades e todas me fazem bem de alguma forma (e mal também...).

Não acho justo ter que escolher entre o que é conhecido e bom e o que é novo e interessante.
Sei que não dá pra comparar, o que pesa mais, vale mais, mas isso não me faz sentir menos falta do resto.
Falta do que nem se teve, que coisa estranha... Tive só o gostinho, de quero mais.

Acho que vou enlouquecer em algum momento, fazer alguma merda, jogar tudo pro alto, seja o que for o tudo.
Por hora alimento esperanças e fico com minha imaginação, sempre fértil, que me ajuda a estar um pouco mais perto do que me chama.
Às vezes parece que só eu sinto isso, outras não, é confuso.
Mas tenho que responder por mim né, cada um sabe do que deseja (ou deveria).

Não lembrava como era bom sentir isso e não sabia o quanto era ruim ter que guardar... (na verdade sabia, mas crushs de adolescência, que mudavam a cada mês, não contam)
Agora tudo é real, o bom e o ruim, o alegre e o triste, o que tenho e o que gostaria.
Isso torna tudo pior, saber que posso ter que abrir mão de algo que poderia ser importante, até pro meu autoconhecimento.

Não quero passar a vida pensando como seria, do que eu gosto, quem realmente me interessa.
Não sei como, mas de alguma forma isso tem que ser trazido do mundo dos sonhos pro real.
Mesmo que a realidade não seja tão boa quanto a fantasia, preciso viver pra saber, pra me entender.
Não quero ser incompleta, confusa, preciso das minhas certezas pra ir atrás do que me atrai.

Compartilhar momentos e afetos, na teoria parece tão legal, pena que na vida adulta nada é tão simples...
Pessoas e seus sentimentos, traumas, medos, culpas, muita coisa junto.
Espero que a parte boa prevaleça enfim, pra que todes possam experienciar algo e descobrir seu pote de ouro... (ou não)

domingo, 25 de fevereiro de 2018

“Incapaz de definir a sua forma
Eu vejo você ao meu redor
Sua presença enche meus olhos de amor
Ela acanha meu coração
Porque você está em todo lugar”

The Shape of Water

sábado, 25 de novembro de 2017

she's lost control

às vezes acho que tô enlouquecendo, como agora

não sei como as pessoas conseguem ser tão “normais”
centradas, tranquilas, satisfeitas, felizes até

pra mim é como se tivesse que o tempo todo lutar contra mim mesma
e perder, na maior parte das vezes
no fim sou minha pior inimiga

encarar cada dia e saber que será igual ao anterior
tentativa e erro, fracasso, frustração, culpa, fuga, punição…
o eterno ciclo, de desespero.

às vezes cansa, a máscara pesa
só queria ser entendida, ajudada, ou conseguir me ajudar
parar de fingir normalidade, aceitação, contentamento

vejo que ninguém consegue me compreender
por isso me sinto sozinha, no meio da imensidão, da podridão

ao mesmo tempo olho ao redor e me sinto mal agradecida
tenho muito, mais do que mereço, e parece que não importa
queria poder fazer algo pelos outros, pelo mundo
mas se não começo nem por mim, fica difícil…

me sinto afundando, cada vez mais dentro de mim
nessa teia de problemas que teci e me enrolei
ou como numa areia movediça, onde vou sendo engolida
até nada sobrar do que fui um dia

se perder dentro de si acho que é a pior sensação
não saber como sair, se encontrar
ou saber qual o caminho, mas não ser capaz de seguir

acho que minto pra mim mesma enquanto finjo pros demais
talvez queira acreditar realmente que está tudo bem
pra não ter que encarar o quanto está ruim

o pior é se enredar de tal forma, se deixar levar
e não ser mais capaz de abrir mão do que se acostumou a fazer e ser

queria ser forte o bastante, deixar tudo pra trás
mas parece que o passado persegue
ou no fim quem sabe o agora seja esse mesmo

a pior parte é não se reconhecer
ou talvez não querer aceitar a realidade
ter em mente um mundo novo
que na verdade nunca chega

será que ele existe ou é só imaginação?
todo mundo precisa de fantasias…
a minha sou eu mesma, numa outra versão

o que não é real sempre parece melhor
nem sempre acaba sendo, quando acontece
mas pra saber só chegando lá

queria poder ter essa experiência
alcançar o final do arco-íris
mesmo que não haja nenhum pote de ouro

só de percorrer o caminho
já seria um grande passo
maior do que minhas pernas parecem aguentar

quem sabe elas possam fazer um esforço
e me levar aonde queria estar
sigo com esperança, ainda…

domingo, 16 de julho de 2017

O que me sobra:

Frustração
Fracasso 
Falta de vontade

O que me falta:

Força
Foco


Será possível alguém assim um dia alcançar a tão almejada...

Felicidade?

quarta-feira, 28 de junho de 2017

about me

sobre não fazer parte
sobre não pertencer a lugar algum
sobre não se encaixar
sobre se sentir diferente
sobre ser estranha a tudo e todos
sobre não se encontrar
sequer em si mesma.

sábado, 13 de maio de 2017

off

às vezes é preciso
fechar os olhos
tapar os ouvidos
e desligar a mente
pra sobreviver.

domingo, 25 de setembro de 2016

Pain, luck, guilt… happiness?



Viver dói, por um motivo ou outro.
Dói se estamos mal, dói se estamos bem e não somos egoístas.
Acredito que só quem não se importa ou não olha ao redor é realmente feliz.
E quem não carrega culpas.

Eu me culpo, pelo que fiz, pelo que não fiz, pelo que está errado e não posso mudar.
Por isso acho difícil atingir um nível elevado de felicidade.

Pior do que isso, percebo que a culpa me faz ser autodestrutiva,
impedir que me permita ser melhor, me sentir bem comigo.
Eu me boicoto de várias formas, como se não merecesse ser quem desejo.

É pesado carregar essa bagagem, pessoal e como membro da sociedade.
É difícil lidar com meus problemas, das pessoas que gosto, de quem nem conheço mas me importo por consciência e empatia.

É ruim quando as coisas dão errado, mas quando dão certo não parece tão melhor...
Se tenho sorte na vida, me sinto mal pelos que não têm.

Nesse cenário, acho que só a terapia salva!
Ou ao menos deve ajudar a lidar com essas questões,
para que viver se torne um pouco mais leve,
e quem sabe a paz de espírito seja possível de alguma forma…