terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Para Boddah
Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.


Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a idéia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia. Kurt Cobain.
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.
EU TE AMO, EU TE AMO!"

Carta de despedida de Kurt Cobain



Cansei de tentar ir atrás de algo que julgo impossível.
Cansei de ser triste e de me enganar.

Nunca serei normal.
Nunca serei ninguém.

E se é assim,
minha busca não tem mais sentido...

A estranha imperfeita

Me encontro num labirinto.
Há uma única saída
e muitos percalços e armadilhas.

O caminho é extenso, escuro, tortuoso.
Vislumbro uma luz fraca,
que me guia rumo ao final do pesadelo.

Mas a brincadeira agora é de esconde-esconde,
eu tentando encontrar em mim o que procuro,
mas sabendo que posso não conseguir.

Às vezes parece que tá tudo certo,
que a solução virá em breve,
mas na maioria sinto como se fosse um sonho apenas...

Quando vejo a saída mais perto,
de repente ela se move, pra além do meu alcance.
E eu caio, me perco, me confundo, me estranho...

Aí já não sei mais quem sou,
pra onde vou, ou devo ir.
Não lembro de onde vim,
porquê ainda estou aqui,
ou o que espero realmente disso.

Sinto-me uma intrusa em mim.
Me vejo dominada por coisas que não me pertencem,
e abandonada por tudo que já vivi.

Não tenho passado, presente ou futuro.
Não tenho nada, nem ninguém.
Estou aprisionada junto aos meus fantasmas,
numa solidão intensa
onde não existo sequer pra mim.

Não posso dizer que sou,
apenas tento parecer...
Não confio em mim,
pois não me reconheço mais.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Cansaço doído de tanto soluçar sem lágrimas."

indefinida.blogspot.com


Não sei quando tudo se tornou tão complicado,
só sei que ao tentar descomplicar,
me perco em meio à falta de alternativas
pra minha solidão.

Mil vezes melhor viver na ignorância
do que ter a consciência de suas necessidades.

Quando tudo dói,
por dentro, por fora,
por hoje, por ontem...
por não saber entender.

Queria uma chance,
de não desperdiçar mais
meu tempo.

Sinto que tento correr
para não me perder no caminho
rumo à felicidade,
mas quanto mais me apresso
mas me parece inútil.

Não sei mais...
Queria acordar e saber que tudo será diferente agora,
só não consigo.

Mas espero ainda.
Quem sabe...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

"Eu quero que você me ame,
mas eu não acho que vá fazer isso..."